Fugir das responsabilidade e mentir são duas das poucas marcas da gestão de Jair Bolsonaro. Por isso, as milícias digitais criam e espalham notícias falsas. A nova cortina de fumaça dos bolsonaristas é dizer que o preço da gasolina sobe por conta de falsas dívidas bilionárias deixadas pela gestão do PT. Nem Bolsonaro e nem a Petrobras acreditam nisso. O preço do combustível foi para o patamar em que está por que desmontaram ou venderam as refinarias e desnacionalizaram o preço do petróleo no país. Como diz o presidente Lula, é preciso abrasileirar o preço da gasolina de novo. É bom lembrar que, no governo Lula, o litro do combustível teve uma alta de apenas R$ 0,43 em oito anos.
O post divulgado pelas milícias digitais bolsonaristas faz um apanhado de mentiras para tentar tapar a inépcia administrativa do atual governo. Como divulgar inverdades é um desserviço, nós vamos desmentir as fake news e espalhar a verdade sobre cada um dos temas. As mentiras são tantas que, ao receber a mensagem no Whatsapp e clicar na lupa para pesquisar sobre o tema, as 4 primeiras páginas que aparecem no google são de vacinas de agências de checagens de fato.
As gestões do PT não quebraram a Petrobras, mas a transformaram numa gigante. Basta comparar a Petrobras antes de Lula e a Petrobras de 2013.
A VERDADE – O investimento anual da Petrobrás saltou de US$ 6 bilhões, em 2003, para R$ 43 bilhões, em 2010. O lucro passou de R$ 8 bilhões para R$ 23,57 bilhões. O valor de mercado, de U$ 15 bilhões para U$ 203 bilhões. O investimento em pesquisa e desenvolvimento saltou de R$ 147 milhões para R$ 1,2 bilhões. A participação do PIB brasileiro passou de 3% a 13%.
Esse patamar foi abandonado com Temer e Bolsonaro, chegando a apenas US$ 8,05 bilhões em 2020 – o menor patamar desde 2004.
Em 2010, Lula promoveu a maior capitalização de toda a história mundial: a capitalização da Petrobras promoveu uma injeção de R$ 120 bilhões de reais levantados com a emissão de mais de 4 bilhões de ações, buscando no mercado parte do recurso necessário para a exploração do Pré-Sal, maio reserva de petróleo em águas profundas descoberta no século.
Alvo preferencial das fake news do gabinete do ódio, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devia ser motivo de orgulho para nosso País. Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro fala que havia uma caixa preta de corrupção e desvios no banco. Investigação tocada pelo seu próprio governo custou R$ 48 milhões e a conclusão foi que não houve desvio ou ilegalidade nenhuma ao longo das gestões petistas.
A conclusão nos dois documentos é a mesma: as decisões do banco “parecem ter sido tomadas depois de considerados diversos fatores negociais e de sopesados os riscos e potenciais benefícios para o banco”. “Os documentos da época e as entrevistas realizadas não indicaram que as operações tenham sido motivadas por influência indevida sobre o banco, nem por corrupção ou pressão para conceder tratamento preferencial à JBS, à Bertin e à Eldorado”.
Relatório de investigação do BNDES
Em 2016, o BNDES, o banco não deixava dívida, mas devolvia R$ 100 milhões ao Tesouro Nacional.
A VERDADE – Mesmo com Jair Bolsonaro dedicando-se a espalhar mentiras e desinformação sobre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) , a instituição foi a grande indutora de desenvolvimento durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT. A verdade é que entre 2002 e 2010, ao longo dos dois mandatos de Lula, o lucro do banco aumentou quase 18 vezes: passou de R$ 560 milhões para R$ 9,9 bilhões, mesmo com a crise econômica mundial de 2008.
O BNDES triplicou sua participação durante os governos de Lula e do PT, fortaleceu a atuação de empresas e produtos brasileiros fora do país e estimulou o surgimento de mais de 10 milhões de empregos no Brasil a partir de 1996. Com Lula e Dilma, o banco financiou empresas localizadas em 96% dos municípios brasileiros.
Desde o início da pandemia, as milícias bolsonaristas divulgam a mentira de que Lula e Dilma desviaram R$ 242 bilhões da Saúde . Agora repetem a dose na crise dos combustíveis. Insistem na mentira e não apresentam soluções aos problemas. Assim como outras fake news contra o PT, o gabinete do ódio busca esconder a inoperância de Bolsonaro.
A notícia falsa inclui na conta bilionária os recursos da CPMF que deixaram de ser aplicados em saúde. O fato é que parte do dinheiro não foi para o SUS porque seguiu destinado à Previdência e aos programas de combate à pobreza, não por desvios do PT, mas pela divisão feita pela Emenda Constitucional 37, de 2002, aprovada no governo Fernando Henrique. Além disso, vale lembrar que a oposição ao segundo mandato de Lula conseguiu barrar no Congresso a prorrogação da CPMF, o que significou menos bilhões de reais para a pasta por ano.
A VERDADE – Sem descontar a inflação, o gasto com saúde aumentou 304% nos governos do PT. Quem tirou dinheiro da saúde foi Temer e agora Bolsonaro, com o teto dos gastos, que congelou o dinheiro da saúde em 2017, retirando 22 bilhões do SUS, que estão fazendo falta.
Nunca se investiu tanto em saúde no Brasil e nunca o Sistema Único de Saúde (SUS) foi tão fortalecido no país como nos 13 anos dos governos de Lula e Dilma Rousseff. As despesas com ações e serviços públicos de saúde cresceram 86% acima da inflação, passando dos R$ 64,8 bilhões investidos em 2003, no primeiro ano do governo Lula, para R$ 120,4 bilhões no último ano do governo Dilma.
De maneira escandalosa, o texto mente que o Brasil, durante as gestões petistas teria enviado “1 trilhão para 30 obras no exterior, Copa e Olimpíadas”. O descalabro é monumental. Em primeiro lugar, o Brasil, por meio do BNDES, não financia obras em países estrangeiros. O que o banco financia é a exportação de bens e serviços brasileiros de engenharia para o exterior. São coisas diferentes. Ou seja, o que acontece é exatamente o contrário: o BNDES investe (em reais) nas empresas brasileiras que geram empregos no Brasil ao fazerem exportações.
O valor financiado para empresas de engenharia brasileiras que fizeram obras no exterior durante as gestões do PT foi de US$ 9,67 bilhões (aproximadamente R$ 55 bilhões). No mesmo período, as operações de crédito do BNDES com gestões municipais e estaduais chegaram a R$ 75,6 bilhões. Ou seja, mesmo numa conta que exclui milhares de operações indiretas domésticas, o valor em investimento no Brasil foi muito superior.
VERDADE – As operações financiadas pelo banco ajudaram a criar de 1998 a 2016 mais de 10 milhões de empregos. Um dos períodos mais férteis foi justamente durante os governos de Lula e Dilma: de 2007 a 2014, por exemplo, mais de 1,2 milhão postos de trabalhos surgiram a partir de obras financiadas pelo banco.
Somando o investimento em exportações de serviços de engenharia (R$ 55 bilhões) com o que foi gasto nas obras da Copa de 2014 (R$ 27,8 bilhões) e das Olimpíadas de 2016 (R$ 22 bilhões), chega-se a um total de aproximadamente R$ 105 bilhões. É preciso considerar que o valor, bem distante da no R$ 1 trilhão, gerou resultados econômicos além de um patrimônio duradouro para toda sociedade.
VERDADE – No Rio de Janeiro (RJ), as obras das Olímpiadas melhoraram a mobilidade urbana, transformaram a Zona Portuária num ponto turístico e a rede hoteleira dobrou sua oferta de quartos.
Já a Copa do Mundo de 2014 teve um lucro de R$ 8,3 bilhões e foi responsável por acelerar a modernização do futebol brasileiro com novos estádios. Além disso promoveu a modernização dos aeroportos e da mobilidade urbana das principais capitais brasileiras.
Ao contrário das denúncias falsas que associam as gestões petistas a problemas nos Fundos de Pensão, o governo Lula renovou profundamente a previdência e a aposentadoria pública brasileira.
VERDADE – O governo Lula transformou profundamente a Previdência Social. As mudanças permitiram zerar a fila de espera para receber aposentadoria – eram mais de 1 milhão de processos aguardando análise em 2003. A espera de dois anos para se aposentar deu lugar ao “Aposentadoria em 30 minutos”, o tempo de um ano para a perícia médica deu lugar ao prazo de 5 dias para realização de perícias.
As filas físicas também foram extintas, com a marcação de data e horário de atendimento via telefone, internet ou aplicativo. A reforma e a criação de mais 720 postos do INSS, em todas as cidades com mais de 20 mil habitantes, acabaram com viagens de até 600 km para buscar atendimentos às quais eram submetidos os cidadãos brasileiros. Medidas como a realização de concursos para servidores da área de atendimento no ISS (há mais de 18 anos sem contratação) e a implantação da Gestão da Qualidade no Atendimento, que analisou e priorizou os serviços mais urgentes, como pensão por morte e salário maternidade, deram celeridade aos procedimentos.
O parque tecnológico obsoleto foi substituído, com modernização da DATAPREV, compra de novos equipamentos e fim da dependência tecnológica do UNISYS, o que propiciou uma economia de milhões de reais por ano.
Desmonte: Bolsonaro está promovendo um verdadeiro desmonte da previdência. A “aposentadoria em 30 minutos” acabou, e a espera para receber o benefício está em mais de um ano. Mais de 1,5 milhão processos estão acumulados, à espera de análise. As perícias médicas demoram mais de seis meses para serem realizadas. Agências criadas durante os governos do PT foram fechadas, a DATAPREV foi abandonada e sofre reiteradas tentativas de privatização e os bancos de dados estão sem manutenção.
Não adianta tentarem negar: a culpa de o preço da gasolina estar astronômico é de Bolsonaro, por mais que ele tente responsabilizar todo e qualquer outro fator (de governadores a dívidas inventadas). É uma mentira constante a de que a alta no combustível no Brasil teria alguma relação com ação indenizatória que Petrobras teve de pagar nos EUA. Tal dívida, como mostra áudio de Deltan Dallagnol na Vaza Jato, foi fruto de uma interferência do Ministério Público de Curitiba junto ao Departamento de Justiça americano para a aplicação do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) – Lei de Práticas de Corrupção no Exterior – para punir empresas brasileiras.
Para evitar as restrições impostas por essa lei americana, a Petrobras, na gestão Temer, firmou dois acordos nos Estados Unidos relacionados a casos de corrupção, ambos já quitados. Em janeiro de 2018, a empresa negociou o pagamento de US$ 2,95 bilhões para encerrar uma ação coletiva movida por investidores. Desse valor, R$ 2,5 bi voltariam ao Brasil e a Força Tarefa da Lava-Jato tentou ter controle de decisão sobre esse valor. Em outubro do ano passado, a empresa anunciou o pagamento da dívida de outro acordo, firmado em 2018 com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, de US$ 853,2 milhões (R$ 4,5 bilhões na cotação da época). Desse valor, 20% (ou seja, U$ 167 milhões) ficou com as autoridades americanas, e 80% ( U$ 682,5 milhões) deveria ser investido em programas sociais no Brasil.
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