“Vou conversar com o Biden, com os alemães, com os franceses, com os italianos, com os ingleses, com os japoneses, com os chineses, com os russos, com a Venezuela, com a Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Paraguai, chamar todos, dar um abraço, um tapinha nas costas. Todos os países precisam crescer juntos”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma entrevista no início do mês.
Esse diálogo e as importantes trocas de Lula com governantes, líderes sociais e estadistas de todo o mundo nunca deixaram de acontecer. Desde o ano passado, o ex-presidente tem sido recebido por diversas autoridades interessadas em sua leitura sobre o combate à fome e à miséria, a guerra, a crise ambiental e a retomada do protagonismo brasileiro frente ao cenário internacional.
Isso porque há uma grande diferença entre um chefe de Estado e um estadista. Estes últimos são pessoas com competências técnicas, profissionais e alta respeitabilidade. E todo o mundo reconhece a verdadeira revolução que Lula fez em seus dois mandatos à frente de nossa nação. Suas análises, opiniões e visões são valorizadas por estadistas que, como ele, sabem que é possível crescer internacionalmente e, ao mesmo tempo, promover uma imensa transformação social interna. Combater a miséria e a pobreza e construir um mundo em que as nações possam atuar de forma colaborativa, crescendo juntas.
Relembre, a seguir, seis encontros recentes de Lula com as principais lideranças mundiais da atualidade:
No final de 2021, o ex-presidente passou por quatro países europeus: Espanha, Alemanha, Bélgica e França. Na ocasião, se encontrou também com o ex-presidente de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, no Parlamento Europeu. A Conferência de Alto Nível da América Latina discutiu a urgência do combate à desigualdade social e a agenda do bloco social democrata nesse sentido, principalmente no hemisfério sul. E destacou, ainda, o papel de Lula na luta global pela inclusão social de todos e todas.
Também no país, Lula foi recebido também pelo atual presidente da Espanha, Pedro Sánchez, no Palácio de Moncloa, em Madri. Juntos, trocaram experiências sobre programa sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família. Além de lideranças trabalhistas, ele se reuniu, já neste ano, com a vice-presidente da Espanha, e ministra do Trabalho e Economia Social da Espanha, Yolanda Díaz, que veio ao Brasil debater o tema com Lula e centrais sindicais.
Somos partes de gerações e gerações de jovens que alimentaram o sonho de mudar o mundo. Mas mudar o mundo não pode ser apenas um sonho de juventude, que vamos esquecendo com o passar do tempo e a chegada da maturidade. Mudar o mundo deve ser sempre a nossa profissão de fé, a própria razão para existirmos e nos lançarmos a uma luta árdua e permanente, da qual não poderemos jamais descansar.
Lula na Espanha
Em novembro do ano passado, Lula foi recebido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio Eliseu, a sede do governo local. A conversa foi pautada pelas relações internacionais entre os dois países, a crise mundial e as transições globais necessárias para preservar o meio ambiente, gerar empregos e reduzir desigualdades. Lula também teve agenda com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo; com o ex-presidente da França, François Hollande e com o Jean-Luc Mélenchon, ex-candidato à presidência da França e líder do movimento França Insubmissa.
Ainda no país, Lula foi homenageado mais uma vez pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po), dez anos após receber o título Doutor Honoris Causa. No Sciences Po, o ex-presidente discursou sobre “Qual o lugar do Brasil no mundo de amanhã?”. Na capital francesa Lula também recebeu o prêmio Coragem Política 2021, concedido pela revista Politique Internationale por sua gestão “marcada pelo desejo de promover a igualdade” na Presidência da República.
Acredito que os líderes mundiais precisam sentar à mesa para dialogar e enfrentar esses desafios com uma governança global. Dividimos preocupações como o avanço da extrema direita pelo mundo e as ameaças à democracia e aos direitos humanos. Agradeço pela cordial recepção.
Lula na França
Na mesma viagem, o ex-presidente reencontrou o presidente da Fundação Friedrich Ebert e ex-presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz em Berlim. Além de seu encontro há dois anos, Schulz esteve em Curitiba, em 2018, quando Lula estava preso injustamente em agosto.
Também se reuniu com o Olaf Scholz, vencedor das eleições; com Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, liderança do Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha e presidente da Fundação Friedrich Ebert; e com as deputadas do SPD Yasmin Fahimi e Isabel Cademartori, eleitas na última eleição alemã, vencida pelo SPD, em setembro, entre outras lideranças políticas.
Na Bélgica, o ex-presidente participou da Reunião de Alto Nível no plenário do Parlamento Europeu, onde discursou e foi aplaudido de pé pelos eurodeputados. O evento, intitulado Juntos durante a crise para uma nova agenda progressista, reuniu líderes da Europa e da América Latina para discutir como o mundo pode sair mais forte da pandemia a partir de uma agenda progressista.
Vocês podem imaginar o quanto dói participar de grandes eventos internacionais como este e ter que declarar o quanto o Brasil andou para trás desde o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff e a chegada da extrema direita ao poder.
Lula na Bélgica
Em março, Lula participou da Segunda Assembleia de Legisladores do Morena (Movimiento de la Renegeración Nacional), o partido do presidente do México, Andrés Manoel López Obrador. Recebido por ele no Palácio Presidencial, conversou sobre a situação mundial, incluindo a atual guerra, e sobre a importância de os países da América Latina atuarem juntos pela paz. Além, é claro, das políticas de combate à pobreza e à fome.
De nada adianta construirmos uma ilha de prosperidade cercada por um mar de pobreza, infelicidade e injustiça. Queremos uma América Latina unida, desenvolvida, inclusiva e soberana, e estamos prontos para construí-la, lado a lado com o México.
Lula no México
Pela segunda vez no intervalo de um ano, Lula se encontrou com presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em São Paulo (SP), numa reunião que causou grande repercussão. Durante a conversa de mais de uma hora, eles debateram a guerra na Ucrânia, o pós-pandemia e o atual cenário político na América Latina.
Na política externa, a principal transformação promovida pelos governos dos ex-presidentes Lula e Dilma, entre 2003 e 2015, foi o resgate do conceito de soberania na cultura política brasileira. Deixamos para trás décadas de complexo de vira-lata que nos colocava como subalternos diante dos debates mundiais graças aos competentes governos de Lula e Dilma, que souberam interpretar o cenário comercial mundial e diversificaram de forma inovadora as parcerias comerciais e econômicas.
Uma política externa ativa e altiva nos alçou à condição de protagonista global respeitado no mundo inteiro. Em outras palavras, isso quer dizer não ter medo de falar grosso com os poderosos, e ter um olhar solidário e humano para nossos parceiros. Manter a cabeça erguida, e nunca o nariz empinado.
Ao mesmo tempo, contribuíamos para o desenvolvimento dos países pobres, por meio de cooperação, investimento e transferência de tecnologia. Para reconstruir e transformar o Brasil, é preciso reconstruir a cooperação internacional Sul-Sul com América Latina e África e defender a ampliação da participação do Brasil nos assentos dos organismos multilaterais. Passa por aí o caminho para termos um país justo, solidário, sustentável, soberano.
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